Moradores do Baixo São Marcos fazem longa lista de solicitações, em sessão itinerante da Câmara

por lucas93 — publicado 09/11/2017 21h47, última modificação 09/11/2017 21h47
Serviços de telefonia móvel e de internet e recuperação e construção de estradas, vicinais e pontes foram as maiores solicitações da comunidade
Moradores do Baixo São Marcos fazem longa lista de solicitações, em sessão itinerante da Câmara

Dezenas de moradores participaram da sessão (Foto: Alef Barros/Secom CMBV)

A Câmara de Boa Vista realizou na manhã desta quinta-feira, 9, a sua oitava sessão itinerante em 2017, na comunidade indígena do Campo Alegre, no Baixo São Marcos, a 40 quilômetros da zona urbana da capital. O evento reuniu 15 vereadores e dezenas de moradores, entre crianças, jovens e adultos, além das lideranças de todas as comunidades da região, que fizeram uma longa lista de reivindicações.

A sessão iniciou com uma apresentação musical de boas-vindas na língua macuxi, dos alunos da escola Koko Ermelinda Raposo da Silva. Em seguida, lideranças puderam pedir serviços de telefonia móvel e de internet, recuperação e construção de estradas, vicinais e pontes, pavimentação asfáltica de ruas, construção de praças e quadras desportivas e a presença da Guarda Civil Municipal.

O tuxaua (chefe) do Campo Alegre, Jander Evaristo da Silva, fez mais de dez reivindicações que, se atendidas, atenderão todo o Baixo São Marcos. Maior reclamante do evento, ele pediu o transporte escolar e individual para as comunidades Lago Grande e Bom Jesus, e a energia elétrica para a Darora, São Marcos e Três Irmãos.

Ele ainda solicitou ambulâncias para atender a região, um seletivo e um concurso para contratar professores e técnicos de apoio específicos para as escolas municipais indígenas, respeitando a realidade cultural da localidade, e a ampliação da escola municipal Koko, que conta com 76 alunos indígenas matriculados. "Agora, o momento é esperar que as nossas reivindicações sejam atendidas o mais breve possível de ser atendido”, disse.

O professor Zildo Januário, da escola estadual Genival Thomé Macuxi, é tuxaua da comunidade Vista Alegre, local onde moram cerca de 700 pessoas. Ele elogiou a iniciativa da Câmara e lembrou quando a instituição esteve na região em 2007.

“Agradecemos pela presença dos vereadores. É gratificante recebê-los, por nos ouvir e ver a situação da nossa população indígena. É importante isso, essa interação, esse elo de ligação que hoje está acontecendo”, declarou.

O resultado da sessão itinerante será um relatório de reivindicações, elaborado pelos 21 vereadores, e que será encaminhado aos órgãos competentes em resolver os problemas mencionados no evento.

“Esperamos que até o primeiro semestre de 2018, já possamos ter o resultado positivo desta sessão, com algumas demandas já atendidas”, disse o presidente da Câmara, vereador Mauricélio Fernandes (PMDB).

Para o vereador Pastor Jorge (PSC), a sessão é um momento “muito importante” para a instituição. “Estou muito feliz por esta oportunidade, este momento especial, de a Câmara vir até a comunidade indígena do Campo Alegre”, destacou.

Depois do evento, o parlamentar entregou oito bíblias em macuxi e wapixana para algumas lideranças indígenas, como incentivo ao cumprimento da lei promulgada pela Câmara, que dispõe sobre a leitura facultativa da Bíblia Sagrada nas escolas municipais.

Terceiro-secretário da Câmara, o vereador Rômulo Amorim (PTC) ressaltou que as solicitações anotadas pelos parlamentares irão se transformar em indicações da Casa à Prefeitura de Boa Vista. “A Câmara está de parabéns, e as comunidades indígenas também, por nos receberem”, declarou.